terça-feira, 17 de maio de 2011

Museu Imaginário

A minha educação começou quando minha irmã mais velha estudava, pois eu tinha curiosidade dos livros, então eu pegava dela e fazia minha tia ler as figuras. Comecei a associar as figuras com o que ouvia. Num certo dia, quando meu pai chegou do trabalho, fui contar para ele que já sabia ler. Então peguei o livro e comecei a ler, a frase dizia: “A bola está na grama”, mas como eu não sabia ler eu disse para ele: “A bola está no capim”, lembro até hoje que o meu pai começou a rir e disse, com apenas 03 anos já sabe ler.
Como a diferença de idade entre eu e minha irmã era pequena, tudo que ela fazia eu queria fazer em relação a educação. Ela começou a fazer o pré, e eu com apenas 03 anos incomodei até a minha mãe me matricular na escolinha Patinho Feio, pois lembro que era um dos últimos a chegar, e fazia muita bagunça no ônibus.
Então mudei de cidade e fui morar em Nonoai, lá minha mãe me matriculou no jardim que era antes do pré escolar, fiquei pouco tempo e depois não queria mais saber daquelas atividades, pois eu já era um veterano em jardim e desisti em seguida. No ano seguinte minha família mudou-se para Arroio dos Ratos, e comecei o ensino fundamental da 1º à 4º série na Escola Municipal Santa Rita. Depois fui cursar a 5º série na Escola Cenecista Santa Bárbara, naquele ano não consegui acompanhar a turma e acabei repetindo a ano, foi a minha primeira decepção escolar, pois todos meus amigos passaram e somente eu havia repetido o ano. Por outro lado foi bom, amadureci bastante, fiz novas amizades, onde nós reunimos para fazer os trabalhos, os professores exigiam bastante, mas consegui passar sem nenhum problema. A 7º série na minha opinião foi a mais difícil, principalmente matemática, na oitava série foi muito legal, era ano de formatura e foi um ano bastante agitado, devido a formatura, excursão no fim do ano.
Depois fui cursar o ensino médio na Escola Estadual Couto de Magalhães, a grande maioria dos colegas que se formaram na 8º série foram para a mesma escola. Com a mudança de escola, a exigência aumentou, os conteúdos eram extensos, mas lá conheci a realidade das escolas Estaduais, enfrentamos vários problemas, com a falta de professor, e infra-estrutura. No 3º ano comecei a ter que escolher qual o curso que iria fazer o vestibular. Essa foi uma das fases mais crítica, pois tinha dúvidas, e acabei escolhendo o curso de Engenharia Mecânica na PUCRS. Quando comecei a faculdade percebi que não tinha nada a ver com o meu perfil. Era muito cálculo, e tinha que estudar muito e não podia faltar aula, cursei 02 anos, e não conseguia passar nas cadeiras, então decidi desistir dos cálculos, mas foi um aprendizado para mim. Tinha que estudar o que eu realmente gostava. Então pesquisando os cursos na internet, resolvi cursar o curso de Tecnólogo em Gestão de Segurança Pública e Privada na ULBRA.
Logo na primeira aula percebi que aquele era o curso que sempre gostei. No dia da apresentação o professor Feijó que era Major da Brigada Militar, perguntou por que da minha escolha, pois não tinha nada a ver com a minha profissão, de eletricista, então respondi a ele que sempre gostei do assunto sobre segurança pública e que buscava conhecimento. Estudei de 2004 até 2007. Quando me formei, devido a compromissos profissionais não pude dar segmento em fazer uma especialização. Apesar da distância da universidade e o custo alto para estudar, aprendi muito com o curso. Aprendi que segurança pública não se combate somente com repressão policial, e sim com prevenção. Se os governantes investissem em educação, principalmente nas crianças, não precisavam gastar na construindo de presídios, que nada mais é que uma escola do crime.
Talvez fosse por esse motivo que escolhi o curso em Educação do campo, pois pretendo contribuir com a sociedade dando oportunidade as crianças e jovens, e principalmente na periferia e na zona rural, para que elas aproveitem oportunidades e não sejam recrutadas para o crime, pois se cada um de nós, futuros professores, conseguirmos lutar, não com a violência, e sim com nossas arma mais poderosa que é a educação.